quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Contos: Trapped


            Candy estava acordando de um pesadelo terrível do qual ela não conseguia se lembrar, quando sentiu um frio congelante em seu corpo. Sem conseguir suportá-lo, ela se levantou e, ao acender o abajur que ficava em seu criado mudo, percebeu que a janela de seu quarto estava aberta. Ainda arfando por causa do susto do sonho e confusa por se lembrar de tê-la fechado, Candy se dirigiu calmamente até o lugar e colocou a cabeça para fora. O vento cortante e o frio congelante chegaram a cortar sua pele fina.

            Rapidamente, voltou para dentro do quarto, percebendo que tivera sorte, já que a janela se fechou sozinha no exato momento em que ela entrou. Candy olhou para os lados, com os braços ao redor de seu corpo tentando se esquentar e chamou:

            -  Olá? Tem alguém aqui?

            A garota não obteve resposta. Ora, mas é claro que ela não obteria nenhuma resposta! Era seu próprio quarto, apenas ela e seu pai moravam ali. Apesar do medo que ela sentia pelo fato de a casa ser grande, resolveu descer para tomar um copo de água, na tentativa de se acalmar.

            Pegou um casaco dentro de seu guarda roupa e, ainda o colocando, abriu a porta devagar, para que seu pai não acordasse. Lembrou-se de uma lanterna que ficava na gaveta de seu criado mudo e se apressou em pegá-la. Deixou a porta do quarto aberta e começou a descer as escadas lentamente, um degrau de cada vez, olhando para todos os lados ao mesmo tempo em que não olhava para nenhum.

            Ela nunca fora uma garota forte e corajosa, mas agora se sentia ainda pior, como se todos os seus medos estivessem ali presentes. Engoliu em seco e apontou a lanterna para a parede oposta, levando um susto ao pensar que tivesse visto um vulto ali. Fechou os olhos com força, esfregando-os algumas vezes e custando para abri-los.

            Quando a coragem momentânea lhe veio, tudo passou muito rápido, ela já estava na cozinha bebendo sua água e focando-se apenas nela quando algo veio por trás e a agarrou. Candy tentou gritar, mas quem quer que tenha sido, colocou um pano com alguma substância em seu rosto que a fez desmaiar em questão de segundos.

            Assim que acordou, percebeu que estava amarrada de lingerie em sua cama e com algo em sua boca, que lhe impedia de pronunciar qualquer som. O vulto que ela havia visto na sala estava na porta, contornado apenas por sua sombra, já que tudo estava mergulhado na escuridão. Ele se aproximou lentamente da cama, acendendo a luz ao passar pelo interruptor. Candy arregalou os olhos ao perceber que era um garoto que constantemente a perseguia na escola, porém que ela pensava nunca ser capaz de machucar alguém.

            - Ah, Candy – ele sussurrou enquanto passava um dedo pela barriga nua da menina. - Você não sabe há quanto tempo espero por esse momento.

            Incapaz de olhá-lo nos olhos, ela virou o rosto para o outro lado, começando a chorar de maneira escandalosa.

            - Não chore, meu amor, tudo ficará bem.

            No entanto, essas palavras apenas fizeram com que seu choro aumentasse ainda mais. Ela tentou se soltar das cordas que a prendiam e quase não notou quando o garoto, Zack, se virou para trás respirando forte e voltou com toda a força para bater em seu rosto.

            - Eu mandei você parar de chorar! - ele gritou.

            De maneira lenta, ela conseguiu se conter, passando a um choro calado, o que fez com que ele sorrisse e acariciasse seu rosto no local onde sua palma ainda estava contornada por um vermelho forte.

            - Bem melhor. Agora, onde estávamos? Ah, é claro!

            Zack foi até a beirada da cama e observou o corpo da garota, sorrindo com malícia. Candy parou de chorar e ficou apavorada quando descobriu o que estava acontecendo. Droga, como ela não havia percebido isso antes? Ela pensou o que, que ele iria simplesmente matá-la? Claro que não, ele iria se aproveitar dela! Seus olhos se arregalaram com essa conclusão e ela não sabia o que fazer naquele momento.

            - Mas que bela vista! - ele exclamou.

            Calmamente, como se não tivesse nada melhor para fazer além de abusar de garotas do colégio que não ligavam para ele, Zack se ajoelhou ao lado do ouvido de Candy, tirando o cabelo de cima para que ela pudesse ouvi-lo melhor.

            - Se você prometer que vai ficar quietinha, eu posso tirar essa venda da sua boca, o que acha?

            Sem pensar, Candy aceitou a proposta, olhando para o garoto com nojo disfarçado. Ele puxou a venda com força, machucando o rosto da menina, que começou a mexer o maxilar para que o incômodo passasse. Não quis se quer fingir que estava gostando daquilo, apenas cuspiu no rosto de Zack quando ele se aproximou para beijá-la.

            - Chega! - ele esbravejou enxugando o rosto com a manga da blusa. - Eu já me cansei de não ganhar nada nessa história!

            Zack amordaçou-a novamente, fazendo a garota querer chorar novamente, porém se controlou, sabia que suas lágrimas não ajudariam em nada. Tentou pensar no melhor. Pensou nela com seu pai em uma campina que costumavam ir quando ela era pequena. Ela a chamava de “Campina Feliz”, pois lá havia passado os melhores momentos que sua memória podia recordar. Foi então que o choque a abateu. Seu pai. O desespero tomou conta de seu corpo, enquanto ela se mexia bruscamente na cama, de um lado para o outro. O garoto pegou uma filmadora para registrar o que iria fazer em seguida, deixando Candy ainda mais alvoroçada.

            - Imagino que você deve estar pensando onde seu pai está – ele disse sorrindo de uma maneira repugnante. – Criança ingênua. Pensa que eu não em livrei dele antes?

            E essa foi a deixa para que as lágrimas de Candy voltassem a sair de seus olhos, como se um deque houvesse sido quebrado. Zack inspirou profundamente, claramente se acalmando e, ao exalar, o ar saiu acompanhado de tais palavras:

            - Eu não o matei, menina tola! Meu único objetivo é você nesse local – dito isso, Zack puxou os cabelos da garota e tirou sua mordaça. Antes que ela pudesse ter tempo de gritar, ele colou sua boca na dela, invadindo-a.

            Assim que o beijo terminou, ele devolveu a mordaça ao mesmo lugar e ajustou a câmera que ainda estava ligada e posicionada de maneira estratégica em sua mão direita. Mordendo os lábios, pegou uma faca que ele tinha deixado em cima da cabeceira de Candy e cortou seu sutiã ao meio. Ela não chorou. Apenas fechou os olhos o mais rápido e forte que pode e esperou que o momento de tortura acabasse de uma vez.

            - Isso, meu bem, fique assim, como está. Nossa, nem parece que estou olhando para aquela menina metida do terceiro colegial – passou a língua nos lábios antes de acrescentar: - Ah, como eu gosto de estar vendo você desse ângulo. Tão indefesa e inocente.

            Zack colocou a câmera em cima da cômoda, de modo que ela captasse todos os lugares do corpo da menina. Ele então se aproximou e tirou sua calcinha lentamente, como que para aumentar o terror pelo qual ela já estava passando. O garoto se aproximou de Candy no mesmo momento em que ela deu um salto na cama.

            Candy estava acordando de um pesadelo terrível do qual ela não conseguia se lembrar quando sentiu um frio congelante em seu corpo. Sem conseguir suportá-lo, ela se levantou e, ao acender o abajur que ficava em seu criado mudo, percebeu que a janela de seu quarto estava aberta. Ainda arfando por causa do susto do sonho e confusa por se lembrar de tê-la fechado, Candy se dirigiu calmamente até o lugar e colocou a cabeça para fora. O vento cortante e o frio congelante chegaram a cortar sua pele fina.

Por: Bree

Nenhum comentário:

Postar um comentário